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segunda-feira, 21 de março de 2011

Homenagem aos 52 anos de Restinga Sêca / RS

Restinga Sêca
És o berço do progresso,
O qual eu, você, todos nós devemos buscar.
Onde a pecuária é parceira das lavouras
E através delas são geradas as principais riquezas da nossa terra.
No colorido das pelagens estão todas as raças, etnias, 
Pessoas que construíam e constroem nosso município.
E no rosto de cada uma delas o sorriso angelical de esperança, união e amor.

PARABÉNS RESTINGA SÊCA!
Profª Thaysa D. Bortoncello / março - 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

I Encontro Nacional de Tutores da Educação a Distância

Segue abaixo formulário online para inscrição no I Encontro Nacional de Tutores da Educação a Distância, que ocorrerá em Campinas/SP, mas poderá ser assistido online. Participação pela Internet também recebe certificado de 8 horas.

Vale a pena!!


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Buscas

Ciclistas - Iberê Camargo
1989
180 x 213 cm
Óleo sobre tela
Coleção Maria Coussirat Camargo | Fundação Iberê Camargo | Porto Alegre
Disponível em: http://www.iberecamargo.org.br/

BUSCAS

Bem ao longe o horizonte os espera
Que importa quão longe esteja?!
A viagem - esta sim, agrega
As vivências que se tanto almeja

Fingem sorrisos, a lágrima insistente
E fingem amor, a dor que sentem
Embora sejam apenas viajantes!
Que a vida encontrou na esquina do tempo.
Que a luz apagou.

Viajantes de muitas histórias, de muitas memórias
Que choram, que riem, que amam, que odeiam, que sofrem...
São apenas viajantes!
Que a vida retrata, que vão em busca de ilusões perdidas e sonhos encantados

A jornada é pesada,
A marcha é lenta,
Mas não impede a caminhada.
(a menos que fure um pneu!)


Este poema é fruto de uma atividade proposta no curso de Mediadores de Leitura da UFRGS - Pólo de Restinga Sêca, em que procurou-se destacar um artista local - Iberê Camargo - mostrando um pouco da riqueza cultural da nossa região.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Outra Cartomante

Tudo começou numa sexta-feira de janeiro de 2011, quando o namorido de Rita foi convocado pela presidenta Dilma para uma missão à África do Sul.
A Rita, que há pouco tempo havia juntado os trapos com Vilela, foi surpreendida por uma notícia prá lá de triste. Vilela teria que embarcar para o Haiti, não tinha como escapar. E assim, ele foi entre soluços e prantos. Pobre Rita!
Então Rita teve a idéia de consultar uma cartomante que há pouco chegara na cidade a qual atendia com hora marcada e de preferência com pagamento adiantado. Rita adentrou-se à sala e logo se sentou em um banco. A cartomante sentou à sua frente.
- O que você quer saber minha jovem?
- Tipo assim, meu namorido deve embarcar essa semana no aeroporto de Camobi rumo ao Haiti, a pedido do governo. Preciso saber se ele voltará!
A cartomante fez lá sua macumbinha básica, jogou as cartas, olhou, analisou, pensou, repensou...
Rita estava apreensiva.
- Fale logo, pelo amor de Deus!
- Eu não costumo falar para meus clientes o que as cartas me dizem. Esse é o meu referencial!
- Como assim? Cê não vai me dizer o que viu aí nas cartas?
- Dou o resultado impresso; como um resultado de exame, entende?                
- Ah, ok.
- Por favor, espere lá fora que logo a minha secretária te entregará o resultado.
Rita foi para a sala de espera. A cartomante chamou a sua secretária, que digitou em seu notebook o resultado, lacrou o envelope e mandou que entregasse à moça. Rita recebeu o envelope e não se continha de tanta curiosidade, mesmo assim deixou para abrir o envelope em casa.
Dirigiu-se até o ponto de ônibus, onde teve que esperar por mais ou menos meia hora.
Ao chegar a sua casa, correu para o quarto, sentou-se na sua cama, abriu o envelope e, não podia receber notícia mais triste:
           Lá estava escrito que perderia o amor de sua vida. Desesperada e muito assustada com o que leu, pois recém tinha se ‘juntado’, resolveu fazer de tudo para que Vilela não fosse ao Haiti.
           Ela interpretou os escritos da cartomante como um aviso de que Vilela não iria voltar daquela missão e por isso decidiu fazer de tudo para que ele não fosse. Até enganou os seguranças presidenciais e conseguiu entrar no Palácio da Alvorada para conversar pessoalmente com Dilma, inventando estar muito doente e que gostaria de passar os últimos meses de sua vida ao lado de seu namorido.
           Dilma, muito comovida com o pedido, resolveu atendê-lo, liberando Vilela dessa missão. Mas no lugar de ir ao Haiti, ele deveria ir até a Complexo do Alemão, integrar uma Unidade de Polícia Pacificadora, auxiliando na segurança daquelas favelas, já que o Rio de Janeiro é muito mais perto e Rita teria a possibilidade de ir morar junto com seu amado.
           Muitos meses se passaram e o relacionamento do casal não era o mesmo. Vilela chegava todos os dias altas horas da madrugada, sempre com a desculpa que estava trabalhando, e já não dava mais atenção a sua companheira.
           Desconfiada, Rita decidiu segui-lo e descobriu que Vilela tinha um caso com uma “pirigueti” de 5ª categoria e, ainda por cima, até filhos já tinha com ela. Esse foi um momento muito ruim de sua vida, pensou até em suicídio e caiu no mundo das drogas. Foi através disso que conheceu um traficante, que atendia por Catraca, muito conhecido naquelas redondezas e se apaixonou perdidamente.
           Feliz com seu verdadeiro amor, Rita lembrou-se da cartomante. Ela acertara que perderia Vilela, no entanto, errou ao dizer quer era o amor de sua vida, pois só agora, ao lado de Catraca, descobrira o amor verdadeiro.
           Em uma bela noite de sábado em que todos estavam prontos para mais um “pancadão”, o destino de Rita não seria mais o mesmo depois dessa fatídica noite. Ao entrar na boate, ela e Catraca foram surpreendidos por pessoas de uma facção rival e o tiroteio iniciou-se. Ela conseguiu esconder-se sem sofrer qualquer arranhão, mas seu companheiro acabou levando muitos tiros de fuzil perdendo muito sangue. Como não havia leito em hospital algum, Catraca acabou empacotando.
           Os anos se passaram e Rita voltou para sua cidade natal. Certo dia passou pela frente do local em que a cartomante atende e, percebeu que se enganara. Não era de Vilela que ela falava, ela se referia à perda de Catraca. Como poderia imaginar?
           Novamente, adentrou no “consultório”, torcendo para que A Cartomante lhe entregasse um resultado positivo sobre seu futuro, pois a vida até então havia sido difícil. A velha Cartomante pegou suas cartas, embaralhou-as, pediu para que Rita cortasse e virou cinco cartas em sequência. Enquanto digitava seu resultado, encaminhou Rita para realizar o pagamento. Recebeu, enfim, o envelope lacrado.
           Entrou no ônibus em direção a sua casa, não aguentou, abriu ali mesmo o envelope. Antes de ler qualquer palavra resolveu, com certo sarcasmo no sorriso, se desfazer daquele envelope, jogando-o pela janela.

Luluzinhas Leitoras recontando Machado de Assis, em "A Cartomante" (1884).